Embora parentes próximos (aves domésticas mais ou menos parecidas), a Galinha Pintadinha e o Peru de Natal tiveram destinos bem diferentes, de onde se pode extrair uma lição.
Galinha Pintadinha investiu em uma marca e entrou no mercado para arrebentar. Conquistou um market share no público infantil e sua imagem ficou associada a uma imensa plêiade de produtos, de bonequinhos a maçãs. Empreendedora e ousada, Galinha Pintadinha comandou um pequeno império multimídia e, podemos dizer, botou ovos de ouro.
Já o Peru de Natal é um eterno infeliz. Nunca criou nada e sempre passou por vítima. Não conseguiu desassociar sua imagem da ceia em que é devorado. O único produto que veicula é a si próprio, para ser comido (convenhamos, um posicionamento mercadológico nada sustentável). Poderia ganhar dinheiro sendo marca de preservativo de apelo chulo ("camisinha Peru - aquela que não dá chabu, mesmo usando no ...") ou qualquer outro treco aleatório que o livrasse do calor infernal dos fornos. Mas não... Ignora seu potencial natural de ser vinculado, por exemplo, à sexualidade, e vai sistematicamente parar nas mesas, fatiado.
Assim é o mundo dos negócios: dividido entre Galinhas Pintadinhas e Perus de Natal.

